Foram povos que dominaram boa parte das Américas
antes da chegada dos europeus ao continente, no século 16. A civilização maia
foi a primeira a se consolidar como um império, atingindo o auge no final do
século 9 - época em que o território maia se estendia do sul do México à
Guatemala. Arqueólogos especulam que guerras ou o esgotamento das terras
cultiváveis levou a civilização a um rápido declínio a partir do ano 900. No
início do século 16, quando os espanhóis desbravaram a América, os maias
encontrados eram simples agricultores que apenas praticavam rituais religiosos
de seus ancestrais. Já os astecas estavam no auge nesse período. A civilização
deles surgiu mais ao norte do México. Enquanto seus "vizinhos" maias
entravam em decadência, os astecas começaram a crescer por volta do século 12.
Formando alianças com estados vizinhos, montaram um grande império que ainda
estava se expandindo quando ocorreu o contato com os espanhóis, em 1519. Em
apenas dois anos os invasores do Velho Mundo dominaram o mais importante centro
asteca: Tenochtitlán, a atual Cidade do México. Era outro império
pré-colombiano que chegava ao fim. Na América do Sul, os incas viveriam uma
história semelhante. Até o século 14, eram só mais uma tribo indígena espalhada
pela cordilheira dos Andes. Mas a partir do século 15 se expandiram, atacando
vilas vizinhas. Quando os espanhóis chegaram, os incas já dominavam uma grande
área do norte do Equador à região central do Chile. Epidemias e lutas pela
sucessão imperial deixaram a civilização enfraquecida para enfrentar os
conquistadores europeus. Resultado: assim como fizeram com os astecas, os
espanhóis derrotaram rapidamente o império inca. Levou só três anos, de 1532 a
1535.
Incas
Idioma - A língua era o quéchua, falado por todo o
território em vários dialetos. Outros povos conquistados pelos incas podiam
manter seu idioma original, desde que falassem o quéchua como língua principal.
Hoje, quase a metade da população do Peru ainda usa o idioma
Escrita - Não desenvolveram a escrita. Mas criaram
um complexo sistema para números na forma de nós distribuídos em uma corda.
Apenas pessoas especialmente treinadas entendiam essa contagem, cujo
significado não foi totalmente decifrado até hoje
População - Foi o maior dos três impérios em número
de súditos: 12 milhões de pessoas. As conquistas territoriais pela cordilheira
dos Andes e ao longo da costa do Pacífico começaram no início do século 15. Cem
anos depois, a população sob domínio inca atingiria seu auge
Cidades - Na época da chegada dos espanhóis, em
1532, calcula-se que Cuzco, a capital do império, tinha cerca de 40 mil
habitantes. Outra cidade inca bastante famosa, Machu Picchu, era bem menor,
abrigando em torno de mil pessoas
Sociedade - Era uma civilização muito
estratificada, em que era quase impossível mudar de classe social. O poder
supremo pertencia ao imperador, que era auxiliado por uma aristocracia
hereditária. Esta exercia a autoridade com rigor e medidas muitas vezes
sangrentas
Poderio militar - Seus exércitos, de camponeses
recrutados para campanhas militares, eram muito numerosos. Tinham como armas
principais lanças de madeira com várias pontas de pedra e atiradeiras (feitas
com lã de lhama) para arremessar pedras
Ciência e tecnologia - Possuíam conhecimentos
astronômicos avançados e eram capazes de aplicar conceitos de matemática e
geometria nas suas construções. Apesar disso, a tecnologia de construção dos
incas era relativamente simples, fazendo uso em especial de artefatos de pedra
Grandes realizações - Construíram um incrível complexo
de estradas ligando todo o império. O sistema tinha duas vias principais no
sentido norte-sul: uma, com cerca de 3 600 km, corria ao longo da costa do
Pacífico e a outra, com quase a mesma extensão, seguia pelos Andes
Maias
Idioma - Não havia um único idioma principal. Os
atuais descendentes de maias, por exemplo, podem ser divididos em seis grupos
principais, que falam dialetos às vezes muito semelhantes, mas em outros casos
com grandes variações
Escrita - As paredes de seus templos e palácios são
cobertas de inscrições em hieróglifos. Os textos, em boa parte já decifrados,
registravam principalmente as histórias das dinastias maias, suas guerras
contra cidades rivais e o sacrifício de inimigos para agradar aos deuses
População - Os números da época da conquista
espanhola não são confiáveis. Mas, apesar de a civilização ter sido quase
dizimada, ainda hoje existem cerca de 4 milhões de descendentes dos maias na
América Central o que dá uma idéia da grandiosidade da sua população
Cidades - As cidades maias algumas com até 50 mil
habitantes eram muitas vezes independentes, mas podiam liderar federações que
abrangiam grandes territórios. Palácios e templos eram de pedras, enquanto a
população comum vivia em cabanas de madeira
Sociedade - Até meados do século 20, arqueólogos
achavam que a sociedade maia tinha no topo uma classe de pacíficos sacerdotes
observadores de estrelas, mantidos por camponeses devotos. Hoje já se sabe que
essa sociedade era agitada com freqüência por guerras entre cidades
Poderio militar - Sua força militar residia no
tamanho dos exércitos que podiam ser recrutados. Os armamentos, porém, eram
mais limitados: arcos e flechas de concepção primitiva, lanças e escudos de
madeira e até mesmo pedras que podiam ser atiradas com as mãos
Ciência e tecnologia - Faziam avançados cálculos
matemáticos e observações astronômicas. Tinham um calendário de 260 dias
(determinado por complexos movimentos de astros) e já entendiam o conceito do
número zero que só posteriormente seria bem compreendido pelos europeus
Grandes realizações - Produziram obras
arquitetônicas tão grandiosas quanto egípcios, gregos e romanos. A cidade de
Teotihuacán, por exemplo, possuía um complexo monumental de 600 pirâmides. Em
Tikal, havia um templo com 70 metros de altura, o maior edifício erguido na
América antiga
Astecas
Idioma - Falavam o nahuatl, que faz parte de um
grande grupo de idiomas indígenas incluindo o de tribos do Velho Oeste
americano. Os astecas podiam ser chamados de Mexica, algo como "lago da
Lua" nome mítico de um lago da região
Escrita - Usavam sinais conhecidos como pictógrafos
ou pictogramas, com figuras de serpentes, seres humanos e outros elementos da
natureza, formando uma variedade de escrita. Alguns dos pictógrafos
simbolizavam idéias; outros representavam sons de sílabas
População - Em 1519, a população estimada do
império asteca era de 5 a 6 milhões de pessoas, espalhadas por centenas de
pequenos estados/cidades. A expansão dos astecas se deu do norte para o sul da
América Central, conquistando outras civilizações, como os toltecas
Cidades - Em seu auge, Tenochtitlán (hoje a Cidade
do México) tinha mais de 140 mil habitantes! Ela foi a maior cidade das antigas
civilizações da América. Os templos eram de pedra e alinhados aos astros. Já o povo
morava em cabanas feitas de madeira com lama seca
Sociedade - O poder pertencia ao setor militar da
sociedade. Sacerdotes e burocratas administravam o império, enquanto as classes
mais baixas eram formadas por servos, serviçais e escravos. Demonstrar bravura
nas guerras era a principal forma de ascensão social na cultura asteca
Poderio militar - Camponeses podiam ser convocados
a qualquer momento para integrar os exércitos astecas, que preferiam ferir a
matar seus inimigos obtendo prisioneiros para usar em sacrifícios. Lanças,
porretes e escudos redondos de madeira eram os principais equipamentos
Ciência e tecnologia - Tinham um calendário com
cálculo preciso do ano solar (com 365 dias) e usavam um diferente sistema de
contagem tendo como base o número 20. Médicos astecas podiam consolidar ossos
quebrados e fazer obturações em dentes
Grandes realizações - Desenvolveram um planejamento
urbano impecável. Suas obras públicas incluíam quilômetros de estradas e
aquedutos. A capital Tenochtitlán foi erguida em área pantanosa, cuidadosamente
drenada e aterrada para comportar cerca de 100 pirâmides e torres